segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Sob ataque, Bolsonaro diz que 'nunca um governo dispensou tanta atenção aos indígenas'

Criticado pela situação em que se encontra o povo yanomami, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou suas redes sociais no sábado (28) para afirmar que "nunca um governo dispensou tanta atenção e meios aos indígenas como Jair Bolsonaro". Na publicação, ele também divulgou relatório da CPI destinada a investigar a morte de crianças indígenas por desnutrição, no período de 2005 a 2007.

A postagem é uma forma de rebater as críticas de lideranças indígenas, servidores e ex-servidores e de representantes de ONGs sobre a forma como o último governo conduziu as ações na Amazônia e em particular na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.

"Os yanomamis nunca morreram de fome. Estou aqui, tenho 66 anos e quando era pequeno, ninguém morria de fome. Agora o garimpo está matando o meu povo e também os parentes Munduruku e Kayapó. Quando os indígenas ficam doentes, eles não conseguem trabalhar [na roça] ou caçar", disse o líder yanomami Davi Kopenawa, 66, em entrevista à Folha de S.Paulo publicada nesta sexta (27).

"O último governo foi um ponto fora da curva no que tange ao respeito à Constituição e ao cumprimento do dever do Estado de proteger os territórios contra invasores", criticou o antropólogo Márcio Augusto Meira, que presidiu a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) entre 2007 e 2012.

Instalada em 19 de dezembro de 2007, a CPI teve como relator o então deputado Vicentinho Alves (PR-TO) e operou até 6 de junho de 2008. Nesse intervalo, realizou 18 reuniões e diligências aos estados de Mato Grosso do Sul, Maranhão, Acre e Tocantins.

De acordo com o relatório final, de maio de 2008, a comissão concluiu à época, entre outros pontos, que o problema da desnutrição entre crianças indígenas não se resumia ao Mato Grosso do Sul e que os órgãos responsáveis pela atenção aos indígenas (Funasa e Funai) apresentavam grave restrição de recursos humanos estáveis e uma integração operacional deficiente.

Especificamente em relação aos yanomamis, o documento afirma, em diferentes trechos:

"Em Roraima, entre os yanomami, os índices de malária voltam com intensidade, em função do abandono nas ações preventivas em saúde, especificamente nos serviços para o combate ao mosquito transmissor da doença."

"Em diversas localidades, funcionários são obrigados a cruzar os braços devido ao atraso no pagamento de seus salários, a exemplo do que acontece no Distrito Sanitário Yanomami. A situação é de uma gravidade sem precedentes e exige do poder público providências enérgicas e ações contundentes para combater a fome, a desnutrição e as doenças causadas por parasitoses."

"A experiência obtida no Mato Grosso do Sul foi levada a outras regiões e atualmente a Funasa, por meio das suas equipes de vigilância alimentar e nutricional, acompanha o desenvolvimento de 24 mil crianças indígenas no Brasil inteiro. Entretanto, a região em que há maior deficiência na aplicação dessa política é a Norte, devido ao problema logístico. O acesso às comunidades indígenas do Amazonas é difícil, principalmente na região yanomami, aonde o acesso ocorre exclusivamente por via aérea."

Com base nesse diagnóstico, o relatório apresentou recomendações como o fortalecimento da Funasa e da Funai, por meio da realização de concursos públicos, da elaboração de planos de cargos e salários e de reorganização administrativa.

Nos locais com desnutrição mais grave, como no Maranhão, o documento sugeriu a criação de comitês gestores, bem como melhor previsão orçamentária para uma adequada distribuição de cestas básicas e uma atuação mais incisiva da Funai para promover a produção de alimentos pela comunidade indígena.

Para Márcio Augusto Meira, que presidia a Funai à época e participou da comissão, a publicação de Jair Bolsonaro é uma tentativa de criar uma cortina de fumaça na crise atual e jogar a culpa em governos anteriores.

"Naquela época, a situação mais grave de desnutrição era entre os guarani-kaiowás, mas era um contexto completamente diferente. Tínhamos problemas sérios, mas que estavam sendo investigados e resolvidos pela Funasa, a responsável na época pela saúde indígena", disse Meira à reportagem.

"A questão de fundo é: problemas de subnutrição em terras indígenas podem ter acontecido antes, mas nada com intencionalidade, como foi o caso nos últimos quatro anos. Era sempre um fenômeno que era identificado pela saúde indígena, pelo Ministério da Saúde, e eram imediatamente providenciadas as medidas para solução do problema", rebateu o antropólogo.

A ação do garimpo ilegal na TI Yanomami, por exemplo, está no centro da crise atual. De acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o garimpo na região levou ao desmatamento de 232 hectares de floresta amazônica só em 2022, um aumento de 24,7% em relação ao índice registrado no ano anterior (186 hectares).

16 comentários:

  1. Onde estavam os funcionários da Funai, Força Nacional, governo, prefeito e agentes de saúde? Então a culpa não é de Bolsonaro, a culpa é daqueles que para tomar o poder matam os próprios aliados, quanto mais os índios que eles sempre exclui dá sociedade. Ou seja; trata como se fosse bicho.

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    1. Na pose do 9 dedos o lider deles chegou de aviao, agora está passando fome...estranho né

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    2. Bolsonaro desmantelou cada orgao desse que vc falou. Alem disso, colocou no comando MILITARES para que nao fizessem nada. Se um funcionário publico denunciasse, era exonerado, como foi o caso de Bruno (que depois foi morto por garimpeiros, no caso conhecido como Dom e Bruno)

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  2. Todos os órgãos subordinados a presidência, omitiram informações para tomar o poder, agora querem botar a culpa em Bolsonaro.

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    1. Bolsonaro não sabia de nada. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  3. O problema é que essa ONGS são da esquerda, desviaram o dinheiro e agora chega o espertalhão querendo consertar tudo que ele mesmo destruíu. O SALVADOR DA PÁTRIA VOLTOU. KKKKKKKK E VAMOS QUE VAMOS, VER EM QUE VAI DÁ ESSA ATENÇÃO TODA QUE NUNCA TEVE.
    É UM VERDADEIRO CANALHA ESTRATEGISTA. 😡😡😡😡😡

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  4. Deu tanta atenção aos índios que provocou um genocídio. Onde estão os quase 1 bilhão que ele destinou aquela ONG cristã evangélica?
    Gosta tanto de índio que disse: "No meu governo não darei um centímetro de terra para índio".

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  5. Índio sempre viveu da caça e pesca. O ladrão criou ONGs destinadas a esses vagabundos pra desviar verba. Todos fazem parte do MST, por isso essa suposta PREOCUPAÇÃO. Acorda bando de viado

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  6. Esses índios vem tudo da Venezuela passando fome eles não tem documento aí passa para o Brasil e diz que é brasileiro mas é mentira a esquerda é suja sempre foi

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    1. VAI SE INFORMAR OTARIO

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    2. O que tem de índio falso no Brasil não é brincadeira.

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  7. indios que não são indios assim vai os indios perecendo e os malandros enrriquecendo

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  8. Cuidado pastor não gosta de fiel, gosta de DINHEIRO.
    Por isso muitos apoiaram BOZO.

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  9. Não sou a favor desse dois pilantras, nem bozo nem Lula.
    Agora, índios tem terras maior que um estado .
    Aí o que fazem esse tempo todo?
    Se querem viver só de doações de governo, então monta um condomínio tipo sua casa sua vida bota os índio com os auxílios que já recebem. E libera as terras pra alguém plantar.
    Muita politicagem em cima desses preguiçosos cachaceiros.

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