Dois jovens presos por engano em Ilhéus, no sul da Bahia, devem receber do Estado uma indenização de R$ 100 mil cada um, após decisão judicial na terça-feira (05). Segundo informações do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) nesta quarta-feira (06), a decisão cabe recurso.
De acordo com o TJ-BA, três familiares dos jovens também devem ser indenizados, no valor de R$ 20 mil cada. O g1 solicitou posicionamento do Governo da Bahia sobre o caso e aguarda resposta.
Davi Batista Fernandes dos Santos e Ueverton Freire de Santana ficaram presos por um ano e nove meses após serem acusados de participar de uma tentativa de latrocínio em junho de 2018. Na ocasião, três pessoas foram rendidas durante um assalto e um policial militar levou um tiro na coluna. O PM ficou tetraplégico.
Após a ação criminosa, a defesa de um dos jovens afirmou que ele havia sido confundido com outra pessoa. Além disso, nessa mesma ocasião, um suspeito, com características semelhantes às de Davi, foi achado na cidade.
As famílias tentaram provar a inocência dos dois. Ainda assim, Davi e Ueverton foram condenados a 22 anos de prisão, em novembro de 2018. Os dois foram absolvidos por unanimidade pelo TJ-BA meses após a condenação.
"Eu já sofri muito com tudo isso, sofri muito dentro daquele lugar [prisão]. Eu não pude ver meu filho nascer, sem contar que meu estudo, trabalho, tudo isso foi interrompido, mas, graças a Deus, tudo isso foi resolvido", disse um dos rapazes.
Após serem liberados, em 2020, os jovens relataram que sentiam vergonha e medo por causa da situação. Queriam que eu pagasse por um crime que eu não cometi. Eu passei por muita humilhação na minha vida. Hoje em dia, eu não consigo arrumar um emprego, tive que mudar minha rotina. Queria paz, poder viver minha vida, voltar para minha cidade, normal", relatou o outro jovem.
Atentem para o "detalhe": mesmo reconhecendo o erro da autoridade policial, do sistema judiciário e a inocência dos acusados, a decisão "ainda cabe recurso". Ou seja, o Estado ainda pode recorrer para adiar ou anular o cumprimento da sentença. Afinal, para que serve a "justiça"? Para garantir uma decisão JUSTA e BENÉFICA a dois cidadãos acusados erroneamente, numa falha causado pelo descaso e pela certeza discriminatória das autoridades contra pobres, ainda assim, a decisão NÃO É DEFINITIVA. Mas, quando se trata de um LADRÃO culpado, comprovado, sacramentado e condenado em três instâncias, mas com cúmplices poderosos inseridos nos cargos e nos lugares EXATOS, tudo se resolve com chave de ouro... Instantaneamente! E ainda beatificam o gatuno com a pureza de um santo recem nascido.
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