segunda-feira, 30 de junho de 2025

Queda de Preço Impulsiona Vendas de Ozempic e Wegovy, com Mulheres Liderando a Procura

A demanda por medicamentos para emagrecimento como Ozempic e Wegovy tem crescido exponencialmente nas farmácias brasileiras, e a tendência é de aceleração com a recente queda de preços e a expectativa da chegada de genéricos. Segundo um monitoramento de dados de março da Varejo 360, esses fármacos, conhecidos como agonistas de GLP-1, já representam mais de 10% do faturamento das maiores redes de farmácias.

A ascensão é notável: em março do ano passado, a participação desses medicamentos nas vendas estava abaixo de 4,5%. No mesmo mês deste ano, saltou para mais de 10%, impulsionada pelo alto tíquete médio dos produtos. No estado de São Paulo, o faturamento com as vendas de janeiro a maio de 2024 atingiu quase R$ 960 milhões, comparado a R$ 509 milhões no mesmo período do ano anterior.

Mesmo com os preços elevados – em maio, o Wegovy custava em média R$ 1.687,34 e o Ozempic, R$ 1.299,70 –, a procura se mantém forte. A maior parte dos compradores (77%) pertence às classes A e B, e as mulheres são a maioria esmagadora, representando 70% dos clientes. Em relação à faixa etária, adultos entre 40 e 49 anos correspondem a 35% dos compradores, seguidos por aqueles entre 50 e 59 anos (24%).

Recentemente, a Novo Nordisk, fabricante do Ozempic e Wegovy, anunciou uma redução de até 19,6% nos preços de seus produtos. Essa medida é vista como um catalisador para um aumento ainda maior nas vendas. Fernando Faro, diretor da Varejo 360, prevê que a acessibilidade será um fator chave no futuro. "Que esses medicamentos vão baratear, isso é uma certeza. Deve cair ainda mais com a chegada dos genéricos. A quantidade de pessoas que vão consumir esses produtos pode dobrar quando eles ficarem mais acessíveis”, afirma.

A expectativa é que a queda dos preços se intensifique com o fim das patentes. A patente do Ozempic, por exemplo, expira em 2026 no Brasil, embora a Novo Nordisk esteja buscando uma extensão. Farmacêuticas como EMS, Biomm e Hypera já são apontadas como potenciais produtoras de versões genéricas da semaglutida, princípio ativo do Ozempic, o que deve democratizar ainda mais o acesso a esses tratamentos.

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