sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Indicação de Messias ao STF acirra crise no Senado; Alcolumbre rompe com Wagner e promete votar contra

A escolha do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF), anunciada pelo presidente Lula nesta quinta-feira (20), abriu um racha no alto comando do Senado e tensionou de vez a relação entre o Palácio do Planalto e o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP).

De acordo com informações divulgadas por CNN e UOL, Alcolumbre teria se recusado a atender o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), rompendo politicamente com o senador baiano. Wagner tentou contato também com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas ambos ignoraram as ligações.

Considerado um dos principais fiadores da possível indicação de Pacheco ao STF, Alcolumbre teria demonstrado profunda irritação com a decisão presidencial, afirmando a interlocutores que Lula não o consultou previamente sobre o nome de Messias. Segundo o UOL, antes de se tornar “incomunicável”, o senador amapaense avisou aliados de que não atenderia mais Wagner e até sugeriu que apagassem seu número.

No Planalto, o clima é de reconhecimento da crise, mas também de enfrentamento. “Vamos fazer o quê? Deixar o Alcolumbre indicar o ministro? É crise? Vamos enfrentar”, declarou um ministro ouvido pelo UOL.

Enquanto isso, aliados de Alcolumbre articulam uma estratégia para acelerar a sabatina e a votação de Jorge Messias, medida que, para eles, reduziria a capacidade de reação do governo. Ainda na quinta-feira, Alcolumbre teria iniciado ligações a senadores comunicando que votará contra a indicação e que pretende “trabalhar contra” o nome escolhido por Lula.

A crise abre um novo capítulo na disputa por influência sobre o STF e expõe um raro embate direto entre o presidente do Senado e o chefe do Executivo, em um momento em que o governo tenta manter estabilidade política para aprovar pautas prioritárias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário