Pintor passa 18 dias preso após ser confundido com suspeito de roubo na Bahia

Um pintor de 49 anos viveu um drama que durou 18 dias após ser preso injustamente por um crime que não cometeu, em Feira de Santana. Fernando Silva Santos foi detido depois que um sistema de reconhecimento identificou seu nome como sendo de um foragido da Justiça. O que ele não sabia era que, anos antes, outra pessoa havia usado sua identidade durante uma prisão em Salvador.

De acordo com o advogado Eleonardo Alves, o caso se arrasta desde 2015, quando Raimundo Barros dos Santos foi preso por furto na capital baiana. Na ocasião, ele se identificou como Fernando, afirmou não possuir documentos e assinou o nome de forma irregular. Liberado provisoriamente, o processo seguiu tramitando em nome do verdadeiro Fernando, que acabou sendo considerado foragido quando não compareceu às audiências — já que nunca foi comunicado, nem sabia da acusação.

O mandado de prisão foi expedido em 2019, e permaneceu ativo até 2025, quando Fernando foi detido enquanto trabalhava em um hotel em Feira de Santana. Na delegacia, segundo relatou, chegou a ser chamado de ladrão, mesmo afirmando repetidas vezes que jamais esteve em Salvador na data do crime. A esposa também confirmou que ele não saiu de Feira no período mencionado.

Somente após a defesa apresentar um laudo de 2015, anexado posteriormente ao processo, a Justiça confirmou que o homem preso por furto naquele ano era, de fato, Raimundo — não Fernando. Com isso, a 15ª Vara Criminal reconheceu o erro e determinou a libertação do pintor em 31 de outubro. Ele deixou o Complexo de Sobradinho no dia 3 de novembro, após quase três semanas preso injustamente.

A família agora avalia pedir reparação pelos danos causados pelo erro judicial, que deixou Fernando traumatizado e indignado com a situação.