A Bahia registrou 370 casos de feminicídio consumado ou tentado entre janeiro e outubro de 2025, número que representa um aumento de 33,5% em relação a todo o ano de 2024, quando foram contabilizados 277 registros. Os dados são do Monitor de Feminicídios no Brasil (MBF), desenvolvido pelo Laboratório de Estudos de Feminicídios da Universidade Estadual de Londrina (LESFEM/UEL).
O levantamento revela padrões recorrentes na ocorrência desses crimes. A maior parte dos casos aconteceu durante os fins de semana, com 19,21% aos sábados e 19,77% aos domingos. Outro dado que chama atenção é o horário: 54,78% das ocorrências foram registradas durante o dia, contrariando a percepção de que a violência contra a mulher acontece majoritariamente à noite.
As residências das vítimas continuam sendo os principais cenários dos crimes, concentrando 42,36% dos feminicídios e tentativas. Em seguida aparecem os espaços públicos, como ruas, praças e bares, que somam 28,47% dos registros.
O cenário observado na Bahia acompanha uma realidade preocupante em todo o país. De acordo com o mesmo monitoramento, o Brasil contabilizou 5.582 feminicídios e tentativas nos dez primeiros meses de 2025. A gravidade dos números motivou mobilizações e manifestações em diversas capitais brasileiras no início deste mês, com atos que cobraram políticas públicas mais eficazes de prevenção, proteção às mulheres e combate à violência de gênero.
Especialistas e entidades que atuam na defesa dos direitos das mulheres reforçam a importância de investimentos em prevenção, redes de apoio, acolhimento às vítimas e responsabilização dos agressores, destacando que o enfrentamento ao feminicídio exige ações contínuas do poder público e da sociedade.







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