quarta-feira, 25 de março de 2020

Bolsonaro quer proteção a idosos e doentes e volta ao trabalho


O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na manhã desta quarta-feira (25), na conversa com jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada que, se a população não voltar a trabalhar, existe o risco de o Brasil ficar com o caos e o vírus, em referência ao novo coronavírus, que provoca a covid-19. — Se tivermos problemas, que devemos ter, como saques a supermercados, entre outras coisas, o vírus continuará entre nós. Não foi embora o vírus. Vamos ficar com o caos e com o vírus. O que precisa ser feito? Botar esse povo para trabalhar.

O presidente lembrou ainda que há cerca de 38 milhões de autônomos no Brasil, sendo que "uma parte considerável desses não está ganhando seu ganha pão". Em seguida, fez um diagnóstico das empresas brasileiras. — Até o Mandetta disse que uma empresa que fabrica oxigênio no Brasil não tinha como mandar oxigênio para os hospitais. As empresas não produzindo, não têm como pagar seu pessoal. Se a economia colapsa, não vai ter dinheiro para pagar o servidor público. O caos está aí. Bolsonaro voltou a afirmar que vai estimular o isolamento de idosos e pessoas com comorbidades, mais suscetíveis ao novo coronavírus. O presidente também fez uma comparação com o Chile, que passou por uma onda de saques e um princípio de convulsão social nos últimos meses.

DISCUSSÃO - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que ele deveria "dar exemplo ao País, e não dividir a nação em tempos de pandemia". A declaração aconteceu durante reunião virtual do presidente com os quatro governadores do Sudeste, na manhã desta quarta-feira (25). Segundo pessoas que participaram da reunião, Bolsonaro se exaltou com a declaração do governador de São Paulo e chegou a chamá-lo de "leviano" e "demagogo". Bolsonaro também reclamou que Doria teria se apoderado do nome dele nas eleições de 2018 e depois "virou as costas" como fez todo mundo.

O momento mais tenso foi quando o paulista ameaçou ir à Justiça contra o governo federal caso haja confisco de equipamentos e insumos destinados ao combate do novo coronavírus no estado. Participam da reunião os governadores Wilson Witzel (Rio de Janeiro), Romeu Zema (Minas Gerais) e Renato Casagrande (Espírito Santo), além de ministros como Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), entre outros. A reunião, que acontece por videoconferência, ainda está em andamento.

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