Um áudio atribuído ao ex-presidente Jair Bolsonaro reforça a pressão política em torno do tema da anistia. Em mensagem enviada ao pastor Silas Malafaia, Bolsonaro teria condicionado negociações comerciais com os Estados Unidos à aprovação do benefício para investigados pelos atos de 8 de Janeiro.
De acordo com relatório da Polícia Federal (PF), o ex-presidente afirmou: “Resolveu a anistia, resolveu tudo. Não resolveu? Já era”. Ainda segundo o documento, Bolsonaro teria dito que “sem votar a anistia, o Brasil não negocia o tarifaço com os EUA”, numa tentativa de usar a política externa como moeda de troca para interesses internos.
A investigação também aponta que Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro foram indiciados por suposta participação em uma trama golpista e por articulações que buscavam colocar os Estados Unidos contra autoridades brasileiras.
O caso segue em análise pela Justiça, enquanto a PF aprofunda apurações sobre as movimentações do ex-presidente e aliados.
Áudio de Malafaia expõe atrito com Eduardo Bolsonaro e reforça tensão no grupo bolsonarista
Um áudio enviado pelo pastor Silas Malafaia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi anexado ao relatório da Polícia Federal que levou ao indiciamento do ex-mandatário e de seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), nesta quarta-feira (20). O material integra as investigações sobre suposta tentativa de articulação golpista após as eleições de 2022.
Na gravação, Malafaia faz duras críticas a Eduardo Bolsonaro, especialmente a discursos considerados nacionalistas. O pastor relata que repreendeu o parlamentar por posturas que, em sua visão, poderiam manchar a imagem do pai e fragilizar os interesses do grupo político.
“Com o Brasil, é sobre você, cara. A faca e o queijo estão na sua mão. E vem teu filho babaca falar merda, dando discurso nacionalista, que sei que você não é a favor disso”, disparou Malafaia, em tom exaltado, dirigindo-se a Bolsonaro.
O pastor ainda afirma ter enviado mensagens ríspidas diretamente a Eduardo, ameaçando expor publicamente sua postura caso as falas se repetissem. “Dei-lhe um esporro. Mandei um áudio para ele de arrombar. E disse: a próxima que tu fizer, gravo um vídeo e te arrebento”, declarou.
O conteúdo evidencia o clima de conflito interno entre lideranças próximas ao ex-presidente e passa a compor as provas analisadas pela PF no inquérito que mira a tentativa de golpe.
“Isso é uma vergonha!” — Malafaia se revolta após ação da PF em aeroporto
O pastor Silas Malafaia protagonizou uma cena de revolta em um aeroporto nesta semana, logo após ser alvo de uma ação da Polícia Federal. Visivelmente exaltado, ele concedeu entrevista à imprensa no local e criticou duramente a abordagem dos agentes.
“Isso é uma vergonha, eu sou um líder religioso!”, disparou Malafaia, afirmando que a operação teria caráter de perseguição. Segundo ele, a forma como foi tratado extrapola os limites do que considera razoável.
A fala do pastor repercutiu nas redes sociais e gerou debates sobre os desdobramentos da investigação, que segue sob responsabilidade da PF.
“Vai ter que me prender pra me calar”, diz Malafaia após ação da PF no Galeão
A Polícia Federal cumpriu, no início da noite desta quarta-feira (20), um mandado de busca pessoal e de apreensão de celulares contra o pastor Silas Malafaia no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro.
Abordado pelos agentes, Malafaia reagiu de forma enfática diante da imprensa e de passageiros que presenciaram a cena. “Vai ter que me prender pra me calar”, declarou o pastor, em tom de desafio.
A medida faz parte das investigações em andamento conduzidas pela PF. O episódio rapidamente repercutiu nas redes sociais, gerando debates sobre o impacto da operação e o posicionamento do líder religioso.