Santa Cruz Cabrália, no extremo sul da Bahia, enfrenta dias de tensão e medo diante da intensificação da guerra entre facções criminosas pelo controle do tráfico de drogas. Em menos de 48 horas, três pessoas foram assassinadas no bairro Geraldão, e a violência se espalhou para outras áreas da cidade.
Na noite de terça-feira (16), Ana Luiza Nascimento Paixão, de 22 anos, e o adolescente João Márcio de Jesus Santana, de apenas 14, foram executados a tiros. Segundo a polícia, homens armados em um Ford Ka branco, com vidros fumê, abriram fogo contra as vítimas. Cápsulas de calibres .40 e 9mm foram encontradas no local.
Um dia antes, na segunda-feira (15), um homem de 37 anos foi morto também no Geraldão. O corpo apresentava marcas de disparos no tórax e na cabeça, provocados por arma de fogo e espingarda calibre 12. Ao lado dele, um bilhete o acusava de estupro contra uma criança de 4 anos — mensagem típica de facções para justificar execuções.
A violência não se limitou ao Geraldão. No fim da tarde desta quarta-feira (17), um intenso tiroteio no bairro Campinho espalhou pânico entre os moradores. Comerciantes fecharam as portas mais cedo, cultos religiosos foram suspensos e famílias inteiras permaneceram dentro de casa temendo novos ataques.
Equipes da Polícia Militar foram acionadas e reforçaram o policiamento em diversos pontos da cidade. Em nota, o 8° Batalhão informou que ações ostensivas estão sendo realizadas para tentar conter a onda de violência e devolver a sensação de segurança à população.
Enquanto isso, os moradores de Cabrália vivem sob o impacto de uma rotina marcada por medo, silêncio e incerteza, à espera de que a paz volte a reinar no município.