O uso excessivo de telas por crianças tem gerado preocupação entre especialistas da área da saúde, devido ao surgimento de comportamentos semelhantes aos observados no Transtorno do Espectro Autista (TEA). Embora não exista comprovação de que as telas causem autismo, o fenômeno conhecido como “autismo virtual” tem levantado alertas importantes sobre os efeitos da exposição prolongada a dispositivos eletrônicos na infância.
Entre os sinais observados estão dificuldades de interação social, atraso na linguagem, comportamentos repetitivos e ausência de contato visual. Esses sintomas, segundo profissionais da saúde, podem confundir pais e até mesmo médicos, atrasando o diagnóstico correto de distúrbios do neurodesenvolvimento.
A neuropediatra Fernanda Fredo, do Instituto Curitiba de Saúde (ICS), explica que o excesso de telas pode causar alterações no sono, prejudicar a atenção e o aprendizado, provocar problemas visuais e dificultar a socialização. “O uso exagerado de dispositivos eletrônicos não causa TEA, mas pode gerar comportamentos que mimetizam o transtorno e atrapalham a identificação de um quadro clínico real”, pontua a médica.